24 de novembro de 2018
Identity as a failure of imagination
Identidade se refere sempre a características imanentes, persistentes no tempo. Daí se segue que um foco na identidade leva a uma obsessão pela self-actualization (autorrealização) -- pela exploração das suas potencialidades como ditadas pelo seu perfil, pela sua identidade.
Self-actualization é uma busca narcisista e, francamente, enfadonha. Obssessiva com o que é, desinteressada no que pode ser. O reino da possibilidade vive num cercadinho ditado pela política da identidade.
Em Egalitarianism as a Revolt Against Nature, Murray Rothbard buscava encontrar um argumento mais forte contra o igualitarismo social e econômico além de seus efeitos deletérios, e pretendia encontrar um fundamento antinatural na igualdade.
Claro que o argumento é irrelevante se você simplesmente admite: sim, estou me rebelando contra a natureza. Foda-se a natureza. O que a natureza já fez por mim? Fidelidade se conquista e se a natureza quer a minha, vai ter que trabalhar um pouquinho mais.
Pessoas constroem essas histórias sobre si mesmas. Sobre como sua vida levou inevitavelmente ao momento atual. Sobre como sua personalidade é inexoravelmente ligada a certas características. Como qualquer mudança está subordinada ao ditado pela sua identidade.
Cercas mentais, all of them.
É 2018. Em seis meses, mais ou menos, seremos capaz de abandonar nossos corpos e subir nossa consciência para o hivemind, destruindo a limitação natural da empatia humana. Onde vai ficar sua identidade?
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