Aí as propagandas foram passando. A Schincariol viu que eles podiam fazer qualquer propaganda imbecil que ela seria capaz de permear os cérebros tupiniquins doidos por um jargão. É o maior clichê desde "Não é brinquedo, não!", um dos bordões mais idiotas já criados pela globo.
Em toda a esquina que eu passo tem alguém falando "Que magavilha!" Isso é mau. Muito mau. E o pior é que não tem apenas uma frase pronta, são várias! Tipo um multi-enchedor-de-saco:
"Tô falando egado!"
"Segá?"
"Você gagante?"
E outras trilhares de proposições inventadas no momento! É muito fácil!
E então. Eu estava andando na rua hoje né, e tal, quando então eu passei na frente de uma pizzaria. Eu ouvi bastantes interjeições do tipo "Me vê mais uma de mussaguela!". Até aí eu não tinha acumulado ódio e rancor por estas expressões. Eu as considerava até simpáticas. Pois aí, passo defronte à uma churrascaria. Ouço outras pessoas - vale frisar, com alguns gorós a mais - pedindo mais um pedaço de "Alcatga"! Começou a forçação. Mas tudo bem, estamos no mundo para rirmos, nos divertirmos, fora baixo astral, marquem um X no seu coração. Então eu superei essa. E continuei andando.
Foi aí que veio a bomba. Andei mais um pouco e cheguei até um parque de diversões, onde eu ouvia muitos gritos inflamados de pessoas se divertindo na montanha russa. Ao invés de demonstrações de alegria convencionais eu ouvi "IAGUUUUUU!!!" Uma lágrima percorreu minha face ao perceber o tamanho da imbecilidade humana.
Não pude mais me conter. Foi aí que atentei para a presença de uma garotinha ao meu lado, e descontei toda a minha fúria sobre ela, que repetia para si mesma "Quego andar no cagossel".
- Porra! O quê está acontecendo com todo mundo? Ficaram todos idiotas? Parem de trocar o R pelo G! Cale-se para sempre sua garota estúpida!!!
Então eu percebi uma mão sobre meu ombro esquerdo. Virei para olhar quem era e tive a seguinte visão:
Som metálico ao fundo convergindo com a luz do Sol
Era o gentil papai da menininha.
E foi assim que hoje eu cheguei no hospital.
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