11 de fevereiro de 2006

Entrevista

Em virtude de meu sumiço, há alguns dias fui solicitado pela produção da MTV a dar uma entrevista exclusivíssima, que agora publico aqui, dando minha versão da história de que eu havia morrido, contando as novidades, dando algumas dicas para a galera. Aceitei o convite e mandaram Léo Madeira para me entrevistar; depois, me passaram a gravação, que publico agora, integralmente, neste blog.

Léo Madeira: Estamos aqui com os caras do Jack Frost, que sumiram faz alguns meses e agora voltam com um novo trabalho. Frost, como vai você?
Frost: "Senhor", por favor.
Léo Madeira: Pensei que o senhor preferisse manter um ambiente informal durante as entrevistas.
Frost: De fato, mas isso não é questão de formalidade, é uma espécie de mantra para mim. Quanto mais vezes for repetido "senhor", uma aura mais positiva se criará ao meu redor, entende? Não é nada pessoal, meu jovem.
Léo Madeira: Ah, sei... Super legal. Mas o senhor acredita nessas coisas?
Frost: Piamente. Acredito em energia positiva, em aura azul e vermelha, naquele negócio de numerologia, em búzios - acredito muito mesmo em Búzios, porque já passei férias lá, é uma cidade muito bonita. Gostaria que minha mãe tivesse me batizado como "Jhack Frost", compreende?, com um bonito H na metade do meu nome, mas ela não fez isso, por causa daquele preconceito pequeno-burguês que pensa que rejeita esses nomes que melhor se alinham com o universo como "coisas de pobre". Acho um tipo de discriminação muito negativo mesmo, o senhor entende?
Léo Madeira: Senhor? O Senhor está no céu! (risos)
Frost: (risos)
Léo Madeira: (cambalhotas)
Frost: (risos)
Léo Madeira: O senhor ficou sabendo dos boatos sobre sua morte?
Frost: Sim. Mas eu não daria esse tipo de prazer a meus inimigos! (risos)
Léo Madeira: (risos)
Frost: Comigo é assim: é preto no branco.
Léo Madeira: Então por que o senhor desapareceu durante tanto tempo?
Frost: Ah, foi um lamentável episódio ocorrido com meu computador, por conta da falta de conteúdo do meu provedor. Comecei a gritar pelos corredores de meu prédio "Eu não estou aqui para sofrer!" e arremessei meu monitor pelas escadas. Logo depois eu assinei o UOL. Não calculei, porém, que seria necessário um monitor para que eu pudesse desfrutar das vantagens do UOL, o maior conteúdo da América Latina.
Léo Madeira: Compreendo. A propósito, não pude deixar de notar que o senhor está com o Caco dos Muppets na sua mão. Foi feito com uma meia?
Frost: Sim; os olhos são botões brancos com pontinhos pretos coloridos com hidrocor.
Léo Madeira: Super legal.
Frost: Claro que é. Se quiser, posso te dar a Piggie para você não ficar muito excluído; porque, você sabe, eu estou aqui me divertindo com o Caco e você está aí, fazendo essas perguntas. Sou muito comiserioso, note. Se você não aceitar esta oferta serei obrigado a lhe virar as costas. Não posso ver sofrimento sem virar as costas.
Léo Madeira: Super legal mesmo. O senhor pode pegar a Piggie para mim?
Frost: Pois não, aqui está.
Léo Madeira: E o que o senhor fez durante a ausência?
Frost: Ah, muitas coisas, sou uma pessoa muito atarefada. Vi filmes, li livros. Ler é muito bom, e a gente tem que dar o bom exemplo, não é? Pois então. Tentei até ler o Código da Vinci, eu juro, me declaro culpado! Mas é para pessoas como eu que lançaram a versão do Código da Vinci com figuras, da qual pretendo ver as ilustrações em breve.
Léo Madeira: E o coração, hein? (risos)
Frost: (risos) Tá aqui, tá batendo! Vou trazer o meu exame cardíaco na próxima vez!
Léo Madeira: O senhor sabe o que eu quis dizer...
Frost: Mas você há de entender, Léo, que não existe apenas preto e branco, existem também as tonalidades de cinza.
Léo Madeira: Super legal. O senhor quer deixar uma mensagem para os jovens?
Frost: Por que não? Eu gostaria de dizer a eles para usarem camisinha, para se cuidarem, se prevenirem, sem caô, o negócio é prevenção. Eu, por exemplo, me cuidando, me prevenindo, só tive meu filho com vinte e dois anos, quando eu quis, e não por acidente. Temos que dar informação para o jovem.
Léo Madeira: Obrigado pela entrevista, senhor Jack Frost.
Frost: Devolva a Piggie, estou com medo que você saia correndo com ela.

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