6 de abril de 2004

O fim da Big Merda

Hoje quando a Rede Globo alcançar seus impressionantes 73 pontos de audiência, Pedro Bial estará dizendo que a babá - aparentemente um eufemismo para empregada doméstica, não faço idéia do porquê - Cida foi a ganhadora dos 500 contos. Cara, quem não sabia que ia ser assim desde o começo? Mas esse não é o ponto. Milhares de colunistas imbecis desse planeta já comentaram sobre a final do Big Brother Brasil.

O ponto é: enfim, acabando! Nem acredito! Deus existe! Não há nada nesta galáxia que alucine tanto as pessoas quanto o tal BBB. É droga pesada. Big Brother, o programa alucinógeno da besta.

Você sabe quando o povo chegou ao fundo do poço quando as pessoas começam a discutir sobre esse programa. Se a paty da classe média é metida, se ela colocou silicone. Se ela cheirou crack. Não importa se isso não é possível. Tem que discutir, rapaz.

Depois de dois meses voando nas conversas, eu vou poder voltar ao convívio social! Sim, porque seus amigos começaram a almoçar e jantar Big Brother. Você fica excluído sem ver esse programa. Não tenho muita certeza se isso é bom ou ruim. Não se pode nadar muito contra a maré, senão você se torna um idiota. Deve-se nadar pouco para que achem que você é a última pessoa sã do planeta. Aliás, quem vê BBB sabe que é merda, que é lixo cultural mas mesmo assim continua assistindo.

Se você não se conhece o tema, não se intrometa nas conversas. Essa é uma regra que vale para qualquer coisa neste mundo, porém, especialmente em conversas sobre Big Brother. Quem assiste esse reality show costuma ter comportamento violento. Lembro-me de outro dia numa conversa de bar:

- Rapaz, tu viu aquela loira gostosa que saiu do BBB?
- Vi, puta mulé tesuda. Já baixei a playboy toda dela da net. Quero ver aquelas outras boas que ainda tão lá dentro.
- Pode crer. Cê acha que quem vai sair nesse próximo paredão?
(neste momento frost se intromete na conversa, cometendo o maior erro de sua vida)
- Deve sair aquela puta da classe média que todo mundo odeia.
- Mas ela nem foi indicada, doido.
- É rapá, tu nem assiste! Lesado!

Começam a voar copos, sapatos e máquinas de lavar. Não me lembro muito bem o que aconteceu depois, mas envolvia bastante sangue e dor.

Enfim, fato é que estou bem feliz de poder voltar a falar com as pessoas normalmente. Vai começar a semana santa e todas as propagandas das 28 marcas de cerveja que o Zeca Pagodinho bebe vão fazer efeito no insconsciente das pessoas. Na ressaca da segunda ninguém nem vai mais lembrar desse programa. Ainda bem que a TV brasileira é tão inútil que não consegue nem tatuar um programa na mente das pessoas. Ainda bem.

Ps.: Talvez eu erre o palpite de quem vai ganhar o programa. Não importa. O bom do palpite é poder dizer depois de acertar "Eu não disse?". Se errar, a gente se encolhe e finge que nada aconteceu. É uma beleza.

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