20 de maio de 2008

Lagoa Azul

Sou como aqueles caras que analisam a consistência lógica de cada trecho de cada obra de ficção já produzida pela humanidade, e assim vocês podem me pegar direto falando mal de Guerra nas Estrelas porque o som não se propaga no vácuo, dentre outros motivos.

Agora, há um trecho em A Lagoa Azul que eu nunca entendi, que é aquele em que o maluquinho fica puto porque a doidinha não quer dar pra ele. Fica aquela tensão no ar, clima pesado, até que a Brooke Shields decide fazer as pazes com sexo. Qual a lógica disso? O sexo era o próprio ponto em disputa. Vamos trocar "fazer sexo" por "comer spaghetti" para vermos como a coisa toda é nonsensical:

- Irmã, vamos comer spaghetti!
- Jamais.
[Clima tenso]
- ...
- Ok, vamos comer spaghetti.

Fazer sexo funciona para fazer as pazes em todas as brigas cujos motivos não sejam o próprio sexo. Se ela concorda em fazer sexo/comer spaghetti, ela já admitiu que estava errada e que é burra. Todo mundo sabe que sexo é um compromise entre as duas partes ("Ok, nos achamos mutuamente idiotas, mas isso não significa que não podemos trepar").

Você pode ser smart-ass e dizer "Mas ela mudou de idéia, doh!", caso no qual a briga perde todo o sentido no filme. A maluquinha só queria suspender aquele clima chato, os dois sem se falar, o que deve ser meio palha numa ilha deserta. Evidentemente é possível que ela tenha mudado de idéia, mas eu não quero nem contemplar o quão infinitamente retardado seria se esse fosse o caso.

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