13 de abril de 2007

Conto policial (early draft)

Gustavo me desafiou a escrever um romance policial. Eu confesso que não sou capaz, mas escrevi o começo de um "conto", algum dia termino:
Era tarde e a rua brilhava com o reflexo do sol sobre as poças de água acumulada depois da chuva. Fazia calor, mas o vento amenizava a sensação de ardor sobre a pele. Na terceira esquina anda Olecram, o qual tem o nome invertido, vejam bem, por essa ser uma característica estilística muito idiota adotada por vários escritores. Ao fazer uso deste artifício, advirto logo de início o leitor para não esperar nada de muito surpreendente, e, de fato, que espere o mais supérfluo e clichê do que é disponível na literatura. Olecram, embora anagrama de Marcelo, é na verdade mulher, jovem, inocente, e tem uma arma apontada para seu rosto.

O fato torna-se tanto mais misterioso quando notamos que não há ninguém segurando a arma contra Olecram. De fato, Olecram estava parada em frente à vitrine de uma loja de armas, de modo que o manequim da vitrine da loja apontava seu rifle exatamente para a maçã da bochecha direita da moça - peço que o leitor não estranhe que haja, no mundo onde se passa esta história, lojas de armas com manequins segurando rifles.

Depois de alguns minutos de estupor, em que não fez mais que admirar os artigos da loja disponíveis para contemplação, Olecram entrou no local, com uma firme resolução de que compraria o tal rifle que observara. No balcão estava um velho com chapéu de caça, sobrancelhas brancas que se encontravam e olhos cansados. Olecram arrependeu-se logo após passar pela porta da loja, mas o vendedor já a vira e seria estranho que ela fosse embora imediatamente. Decidiu trocar palavras com velho, que foi o primeiro a falar quando ela se aproximou:

- É Olecram, certo?
- Absolutamente! Chamo-me Anagram [Aqui constará uma nota do editor dizendo o seguinte: "O autor quis fazer um jogo de palavras, visto que o nome original da personagem já era um anagrama."]

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