Dia de festa para a imprensa, suas pautas sazonais desengavetadas, esforço midiático de produção de notícias tendendo a zero. Tirando a parte chatona de ficar acordado até tarde pra arranjar o sound bite dos candidatos eleitos, é praticamente dia off para os repórteres deste Brasilzão.
Poderemos experimentar revolta e indignação com os políticos que emporcalham nossas cidades com seus santinhos. Observaremos como o povo brasileiro é corrupto ao vender bebidas alcoólicas em local de lei seca.
Vamos poder acompanhar as edificantes histórias de um moleque de 16 anos indo votar para exercer sua cidadania; uma senhora muito idosa falando da importância do voto na frente da escola onde fica sua seção eleitoral, onde chegou com bastante dificuldade acompanhada de parentes.
A única coisa que a gente não vai ver é um repórter mostrando alguém que foi tirado de casa contra a vontade dizendo:
─ É, votar não importa e eu estou aqui obrigado, porque é isso ou ser obrigado a pagar R$ 3,60 depois. De qualquer jeito eu sou obrigado a fazer alguma coisa. Odeio votar.
Ou um mesário que está trabalhando obrigado em troca de um vale-refeição qualquer depois de uma seleção aleatória que surpreendentemente sempre escolhe as mesmas pessoas:
─ É, tentei me esquivar da cartinha de convocação, mas vieram umas cinco e eu fiquei bolado de não comparecer ao treinamento. Não tô nem aí pra democracia.
Fica a sugestão para nossos respeitáveis veículos de imprensa.
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