24 de julho de 2007

Carta aberta a todos os segundos e terceiros colocados de todas as modalidades nos Jogos Pan-americanos

Caros,

Venho por meio deste dar meus sinceros parabéns àqueles brasileiros que ganharam medalhas de prata ou bronze nestes Jogos Pan-americanos, em todas as modalidades. Vocês são um orgulho para o país ao prestarem um serviço tão nobre como o de critério de desempate no quadro de medalhas. Vejam que, caso o Brasil venha a empatar com Cuba nas medalhas de ouro, aqueles que ganharam medalhas de prata vão prestar um enorme serviço à pátria, desempatando a competição, colocando o país no segundo lugar geral das Américas.

A importância de suas medalhas é análoga à do número de vitórias ou ao saldo de gols de um time do Brasileirão; isto é, no caso das medalhas de prata. No caso das de bronze, elas não são mais que o número de empates ou, talvez, os gols pró. Não quero que pensem que estou desmerecendo suas conquistas ao dizer isso — longe de mim. Elas são grandes façanhas, uma medalha de prata a mais e o Fluminense passaria do Goiás na tabela do campeonato, um bronze e o Figueirense superaria o Internacional. Suas conquistas são importantes, é necessário haver segundos colocados, sustentáculos, apêndices, vice-escolhidos, critérios de desempate, para que se destaquem aqueles que realmente merecem.

Para demonstrar meu apreço por seus serviços, pretendo inclusive confeccionar-lhes, não gratuitamente, mas a um módico custo, não maior que o incorrido para que chegassem onde chegaram — a saber, no máximo no segundo lugar —, algumas camisetas com mensagens edificantes, como por exemplo "Sou critério de desempate, mas sou feliz", "Fiquei em segundo/terceiro, mas vou virar comentarista da Globo no próximo Pan" e "Prata não conta, mas é mais bonita". Espero que gostem.

Sem mais.

Yours sincerely,

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